terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

História da África - Cronológica

EXTRAÍDO DOS LIVROS "DICIONÁRIO YORUBÁ-NAGÔ-PORTUGUÊS", "DICIONÁRIO ANTOLÓGICO DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA" E "ZUMBI DOS PALMARES, A HISTÓRIA DO BRASIL QUE NÃO FOI CONTADA" DE EDUARDO FONSECA JÚNIOR.

DATA HISTÓRIA
5000 à 4000 a.C.
Os negros ocupavam a África, até então habitada pelos prováveis ancestrais dos atuais pigmeus. Encontramos, na Núbia, relevos rupestres.
3000 à 2000 a.C.
Invasão egípcia à Núbia. Exploração das minas na Núbia. Exploração da baixa Núbia pelos governadores de Elefantina. Pepi I faz esculpir na Núbia os obeliscos para Heliópolis.
2000 à 1800 a.C.
Entrada de ODÙDÚWA na África Negra. Pacto entre Jeovah e Abraão. Pacto entre OLODUMARÉ e Nimrod (Oduduwá). Início de dinastia Yorubana.
1558 à 1400 a.C.
Fundação de ILÊ-IFÊ e OYÓ. Aparecimento de OKANBI, ORANIAM, AJAKA E XANGÔ. Expansão egípcia até o Sudão. Criação no Sudão do Culto à DEUSA SERPENTE. Dados históricos de um chefe branco (Oduduwá), comandando um exército de negros. Fundação da província de KUS. Advento de Amenofis I. Introdução do cavalo no Egito pelos Hycsos. Reina Tutmes I. Reino da Rainha Hatashepsut (corresponde à 18ª dinastia).
Séc. XIV/XVIII
Fundação do Templo de Amon em Soleb. Reina Amenofis IV no Egito em 1372 a.C.
1354 à 1346 a.C.
Reina Tutankamon. Restabelecimento do culto a AMON.
Séc. XIII/XII
Êxodo dos judeus do Egito.
1301 à 1235 a.C.
Introdução de estranho metal (aço) no Egito.
Séc. VII/VI até IV
Aparecimento da civilização NOK. Artesanato em terracota, que persistirá até o primeiro século a.C.
605 à a.C.
Rei Necau II é derrotado por Nabucodonosor.
505 a.C.
Egito é conquistado pelos Persas.
Séc. II/II/I
Divisão das artes helênicas.
332 a.C.
Conquista do Egito por Alexandre, o Grande.
143 a.C.
Destruição de Cartago pelos romanos.
Anno Uno ou -5
Nascimento de Jesus Cristo em Belém, Judéia.(consoante ao Calendário Gregoriano -5 anos na Era Cristã)
Até o Séc. IV
Fundação da primeira dinastia de Ghana com 44 soberanos. Infiltração do cristianismo na Arábia do Sul. Fundação da Meca, que se transforma em um grande centro comercial.
550
Viagem do legendário monge irlandês São Brandão às ilhas Madeira e Canárias.
660
Primeira exploração das minas de ouro no alto Senegal. Primeiro reinado Nupe. São descobertos os tesouros faraônicos no Egito.
790
Assassinato do príncipe regente de Ghana, que passa o domínio para Kaya Maghan, rei de Uagadu.
890
Os Djermans impõem seu domínio. Islamização da África Oriental. Introdução pelos árabes do caurí (búzios), moeda corrente que domina todo o interior da África. Descoberta das torres e tumbas de pedras, em Angola. Desabrochar da cultura do bronze na Nigéria. Cultura Ifé imposta em cerâmica, bronze e quartzo.
990
Princípio da emigração dos Bantos da África Central para a África Austral. Tomada de Ghana por Audaghost.
Séc. XI
Soberano de Gambaga estende sua influência por todo Alto Volta.
1010
Os Djermas transladam a capital de Sonrhai para GAO. O soberano dos Djermas se converte ao Islamismo. O historiador árabe El Bekri faz a primeira descrição histórica da África, situando a capital de Ghana.
1050
Chefe da província do Mendes se converte ao islamismo. Primeira monção por El Bekri do Império de Bornu.
1061 à 1075
Um chefe almoravita empreende uma guerra a Ghana, que se desmantela.
1083
Uma Embaixada de negros é enviada à China ante o Imperador Cheun-Tsung.
1086
Conversão do soberano do Bornu ao Islamismo. Na Europa o Papa Gregório VII prepara sua primeira cruzada. Os árabes iniciam o comércio de porcelanas e moedas.
Séc. XII
Formação dos reinos Mossi na cabeceira do rio Niger. Fundação da primeira cidade Haussa. Dinastia totalmente muçulmana em Bornu. Construção de Zimbabwé.
Séc. XIII
Formação dos reinos de Gongo. Instalação do Império do reino Dagon à margem do Rio Bandiagara. Assassinato pelo imperador dos Sossos de um príncipe de Mendes e seus onze filhos; o décimo segundo filho Sundiata, se salva e reúne um exército restabelecendo a autoridade.
1234
Sundiata devasta Tinkisso, ataca os Bambara do leste e entra em Dieriba, a capital.
1235
Derrota do imperador dos Sossos. Durante o reinado de Sundiata, desabrocha a economia de Mali.
1255
Morre Sundiata.
1275
Estando a dinastia de Ifé em seu apogeu os Yorubá dominam Nupe. Formação do artesanato de bronze de Benin por um artista chegado de Ilê-Ifé. Morte de São Luiz em Tunis.
1291
Genovês Vivaldi na costa ocidental da África.
Séc. XIV
Conversão dos príncipes Haussas ao Islamismo. Descoberta na África Negra, de máscaras, adornos e jóias de ouro de dinastias extintas. Reinado de Kan-Kan (Congo)
1324
Kan-Kan provoca miséria em seu povo, pelos seus gastos excessivos em ouro.
1375
Kan-Kan se transforma em Imperador dos Mandingas.
Séc. XV Os Messi, os Tuareg e os Sonrhai atacam Mali. Primeira chegada dos portugueses a Benin, para admirarem o artesanato em bronze.
1442
Nuno Tristão chega ao país dos Negros.
1446
Pedro de Sintra chega à Serra Leone. Tomada de Constantinopla. Fim da guerra dos Cem Anos.
1470
Francisco Gomes obtém o monopólio do comércio da Guiné por cinco anos.
1484
João II rei de Portugal, acreditando que Mali é um poderoso Império, manda seus embaixadores a Mali. Diogo Cão chega a Angola, descobre o rio Congo. Aproximação de Portugal com Manicongo e Matamba.
1490
Batismo do rei do Congo, com o nome João I. Filho do Manicongo é sagrado Bispo do Congo por Roma.
1492 Bartolomeu Dias dobra o Cabo da Boa Esperança e os portugueses invadem o Zimbabwé. Colombo descobre a América.
1498
Francisco Pizarro invade o Perú, assassina Athaualpa. Começa a destruição da cultura Inca. Fuga de Ayoascar, irmão de Athaualpa para o Brasil. - Mesmo período Fernão Cortez destroi a cultura Asteca de Montezuma e Gualtemoc.
1500
aD. Desabrochar na atual Ghana, dos impérios de Adansi e Ashantis. Primeira revolta no Congo contra o Cristianismo rola o sangue negro. Descoberta em Benin a cabeça da Rainha Mãe. Leonardo da Vincci interessa-se pelas artes Orientais. Os portugueses aliam-se a Benin que envia uma embaixada negra a Lisboa.
1545
aD. Autorização do tráfico de escravos para as colônias das Américas.
1548
aD. João III de Portugal envia jesuítas ao Congo. A capital do Congo passa a ser São Salvador. Bula pontifícia de Paulo II conferindo o título de homens (seres humanos) aos indígenas dos países recém-descobertos de Portugal. Caça aos índios no Brasil para a escravidão. Guerras Justas provocam matança de índios em alta escala para lhes tomar as terras litorâneas do recém-descoberto Brasil.
1550
aD. Construção portuguesa na África.
1559
aD. Chegada dos primeiros escravos negros ao Brasil para o Colégio da Bahia – Padre Nóbrega, o 1º catequista humano e liberal do Brasil.
1580
aD. Felipe II de Portugal manda Carmelitas ao Congo. Decadência total do reino de Congo.
1590
aD. Os Adansis dominam o grupo Akan-Ashanti. Começo do segundo período de artes de Benin: placas de bronze nos pilares dos pátios internos dos palácios de Benin. Publicação na Europa de um elogio a Duarte Lopes, pelas informações de infra estrutura das tribos no Congo. Tradução de diversas línguas africanas por De Bry.
Séc. XVII
Fundação do Reino Bambara em Karta. Cartógrafos franceses em viagem de reconhecimento da África. Apogeu do rei dos Bakuba. Protesto e dissidências entre os Yorubás.
1602
Olfert Dapper descreve Benin para Amsterdam.
1610
Fundação do Quilombo dos Palmares.
1612
Daniel de La Touche, corsário francês, invade o Maranhão e funda a cidade de São Luís em homenagem ao rei de França.
1627
Os holandeses invadem Salvador, Bahia.
1630
Os holandeses desembarcam em Pau Amarelo, conquistam Olinda e Recife. Aliados a brasileiros expulsam os portugueses.
1637
Maurício de Nassau chega ao Brasil, iniciando o desenvolvimento da Colônia. Carta de Nassau a Amesterdã descrevendo a têmpera dos brasileiros, e declarando apoio à Palmares (Zumbi), colonos e piratas brasileiros.
1638
Maurício de Nassau invade São Paulo de Luanda em Angola conquistando-a para a Capitania de Pernambuco. Com apoio de Maurício de Nassau, Pieter Jansen Bas e Dom José do Vale, o corsário brasileiro conhecido por Cabeleira, invadem o Maranhão e derrubam o governador português Bento Maciel Parente.
1640/1650
Bambushê Adinimódó, sumo-sacerdote dos Mahiis (Dahomé), trava contato com Isaak Abuab da Fonseca, primeiro rabino do Brasil colonial (Recife) e assume diante de Zumbi dos Palmares a liderança político religiosa dos quilombos.
1625/1650
Fundação por DEKO do Império do Dahomé. Por dissidência dos grupos Yorubás surge o grupo dos Fons. Data presumível, África.
1651
Os holandeses fundaram na África do Sul a cidade do Cabo.
1652
Início das guerras aos Quilombos dos Palmares.
1680
Sublevação ashanti e fundação do império ashanti. Princípio da decadência da arte de Benin.
1691/1695
Conselho Ultramarino ordena a destruição de Palmares que só se concretiza em 1695, após um sítio de 5 anos por 9 mil soldados.
1713
Tratado de Ultrecht que regulamenta o tráfico de escravos.
1727
Dahomey: ocupação do reino de Allada por Agadja, sucessor e irmão de Akaba.
1729
Agadja controla todo o litoral Dahomey.
1730
Morte do imperador ashanti Koffa Kalkalli, e é feita sua máscara de ouro. Querelas por sua sucessão. Emigração de um grupo Ashanti enviado pela irmã de Dakon, que funda o reino de Baule na Costa do marfim.
1730/1749
Reinado de Apoku Auêre, que deslancha militar e economicamente o reino Ashanti.
1738
Os Yorubás aliam-se a Abomey durante o reinado de Tegbêssu. Os Yorubás rompem o acordo e tentam cobrar um tributo anual a Abomey.
1739
Chegada de membros da Família Real do Dahomé a São Luís, Maranhão e integração dos mesmos com os remanescentes de Palmares e tribos locais.
1775 à 1789
Rei Kapengla tenta libertar o reino de Dahomey do jugo Yorubano.
1789 à 1797
Debilitação da autoridade real de Dahomey. Usman constitui na Nigéria um império muçulmano que agrupa os estados Haussa, o reino Nupe e o Cameron setentrional. Usman toma o nome de Afonjá (Muçulmano).
1800 Embaixada de negros dahomeanos em missão Oficial a Salvador – Bahia.
1810/1814/1815
Usman morre e começa um período de anarquia até 1900. Sua capital toma o nome de Ilorin. Inglaterra compra Colônia do Cabo.
1818/1858
Ghezo restabelece a autoridade no Dahomey e derrota os Yorubás e deixa de lhes pagar tributo.
1849
Os franceses fundam Libreville no Gabon.
1850
Extinção do tráfico de escravos no Brasil.
1851
Ghezo firma tratado com a França.
1853
Desaparecimento do Império Bornu.
1854
Morte de Adana, que fundou o império muçulmano no norte da Nigéria.
1858
Os primeiros missionários e colonos no Dahomey, durante o reinado de Gléglé.
1860
Guerra Civil americana pela extinção da escravatura.
1867
Descobrimento de diamantes na América do Sul, na cidade do Cabo das Minas de Monomotapá.
1874
Incursões inglesas contra os Ashantis.
1877
Inglaterra coloniza o Transvaal.
1884
Descoberta de ouro em Transvaal. Os alemães entram em Togo.
1888
Extinção da escravidão no Brasil.
1889
Behanzin por sua intransigência provoca a anexação do Dahomey pela França.
1889
Proclamação da República no Brasil. Chegada de colonos europeus. Escravos libertos são jogados na indigência pelo novo sistema de governo.
1890
Fim do reinado de Banbara
1897 Expedição punitiva dos ingleses a Benin. Anexação do país à Inglaterra. Os bronzes descobertos são levados para os museus europeus.
1898 Rev. Samuel Johnson lança seu livro “A História dos Yorubás” – em Oyó.
1900 Última sublevação Ashanti contra os ingleses. Anexação do Império Ashanti pelos ingleses.
1906/1907
Descobrimento da Arte Negra por Matisse, Braque e Picasso.
1914/1918
Guerra Mundial na qual participam os batalhões de negros recrutados nas colônias na África. Partilha entre os aliados das colônias alemãs.
1915
Carl Einstein publica o livro Nigerplastic.
1917
Guilherme Apolinaire publica o primeiro álbum francês, dedicado à escultura africana.
1920/1935
Grandes exposições de Arte Negra, na França: Marseille e Paris, em dois pavilhões – Marsan e Galeria Pigalle.
1930
Aparecimento do escultor Yorubano Bamgboye.
1937
Antigo Museu de Etnografia de Paris se transforma em Museu do Homem.
1944
Conferência de Brassaville.
1957
Kwamen Nkrumah liberta Ghana da colonização inglesa trocando o antigo nome de Costa do Ouro para República de Ghana.
1958
Sublevação das colônias africanas.
1963
Independência total da Nigéria, deixando a rainha da Inglaterra de ser o primeiro mandatário do país, adquirindo o nome de República Federal da Nigéria.
1964
Fundação da O.U.A.: Organização da Unidade Africana. Esta organização foi planejada em 1957 por Nkrumah. Movimentos de Libertação na África Frelimo, CNA, FNLA, MPLA, SWAPO, UNITA.
1975
Os Bantos conseguem a independência de seu país Angola, que se transforma em República Socialista de Angola, saindo do jugo português. Revolução dos cravos Vermelhos em Portugal, fato que altera a política para as Colônias Ultramarinas da África.
1975-1992
Os resultados da descolonização de Angola, feita sem o devido critério e análise dos conflitos étnicos existentes desde o seu descobrimento, gera, por culpa de Portugal, vinte e cinco anos de governos totalitários e uma guerra que matou mais de dois milhões de angolanos. Os responsáveis foram: Eduardo Soares, Holden Roberto e Jonas Savimbi.
1999
A fome, a miséria e a morte imperam na Somália, Burundi e em várias outras recém criadas repúblicas, matando milhões de crianças e mulheres diante do descaso dos países do Primeiro Mundo, que assistem impassíveis à apocalíptica destruição da Velha Mãe África que um dia supriu seus celeiros e povos com o imprescindível braço e sangue negro.
Encontrei este material no sitesociedade Yorubana Teologica de Cultura Afro-Brasileira

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

MEC edita dois livros sobre questões étnico-raciais

O Ministério da Educação, por meio da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC), e em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) lança a publicação “Educação anti-racista: caminhos abertos pela Lei Federal nº 10.639/03”, da coleção “Educação para Todos”. E, também, reedita o livro “Superando o Racismo na Escola”, esgotado desde 2001.

As duas publicações – voltadas às questões étnico-raciais – têm tiragem inicial de dez mil exemplares cada e destinam-se ao apoio didático e pedagógico dos professores do ensino fundamental e médio, além do complemento de vários setores que trabalham com a diversidade.

O livro “Educação anti-racista: caminhos abertos pela Lei Federal nº 10.639/03” é o resultado de 11 fóruns estaduais de educação e diversidade étnico-racial, promovidos pela Secad, em todo o Brasil, em 2004, com parcerias de movimentos sociais negros, secretarias estaduais de educação e universidades federais.

“Talvez esses livros sejam os primeiros a abordar um assunto tão importante, nos 116 anos da República. Um presente para grande parte dos educadores do ensino fundamental e médio”, disse Maria Lúcia de Santana Braga, coordenadora de Estudos e Pesquisas da Secad.

História – Segundo ela, as obras pretendem, também, contribuir na discussão de implementação da Lei nº 10.639, que torna obrigatório, nas escolas de ensino fundamental e médio, públicas e particulares, o ensino sobre história e cultura afro-brasileiras. “Além de ajudar muitos educadores a compreender o processo de discriminação racial nas escolas”, afirmou Maria Lúcia.

Já o livro “Superando o Racismo na Escola”, que tem como organizador o professor Kabengele Munanga, aborda temas como história e conceitos básicos sobre o racismo e seus derivados; o direito à diferença; a desconstrução da discriminação no livro didático; personagens negros: um breve perfil na literatura infanto-juvenil e outros.

Repórter: Sonia Jacinto

Extraido da pagina do Mec

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