A PARTICIPAÇÃO AFRICANA NA FORMAÇÃO
DO POVO BRASILEIRO
EDUCAÇÃO & LITERATURA
JOSUÉ GERALDO BOTURA DO CARMO
NOVAS TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
LITERATURA
CONTOS ZEN
ESCOLA MUNICIPAL MARIA DAS GRAÇAS TEIXEIRA BRAGA - SALA DE INFORMÁTICA APLICADA À EDUCAÇÃO
Josué Geraldo Botura do Carmo[1]
Outubro/2006
Para os autores os currículos escolares sempre negaram a colaboração de africanos, africanas e descendentes na formação da cultura e do povo brasileiro reduzindo essa colaboração ao passado escravista e ao mundo da música, da dança, da culinária e, no máximo, da religião.
Os negros vinham da África trazendo seus objetos, hábitos, textos orais e escritos, rituais, jogos, folguedos, histórias: um patrimônio cultural material e imaterial. Trouxeram lembranças e saberes com suas religiões, tecnologias e trabalho.
Para melhor compreender a participação do segmento negro na formação brasileira, segundo os autores, três dimensões são de fundamental importância: a história, a memória, e as práticas culturais.
É no cotidiano que a cultura e as práticas culturais são elaboradas, transformando o conhecimento em experiência de aprendizagem e a própria experiência vivida se transforma em conhecimento. A nossa construção se dá por meio da socialização, da relação com o outro e das ações vividas. Assim a alimentação, o vestuário, a oralidade, a gestualidade, a sonoridade, os odores ou sabores, são sinais que nos permitem decifrar a diversidade e a complexidade da realidade histórica da sociedade afro-brasileira.
“Tomar as diversas práticas sociais e culturais como práticas educativas são vê-las em processo, sendo construídas intensamente e carregadas de tensão entre diferentes indivíduos e diferentes comunidades; elas criam contextos interativos que – justamente por se relacionarem dinamicamente em distintos ambientes culturais, nos quais diferentes indivíduos desenvolvem identidades – contribuem para um ambiente formativo”.
E mais:
“As expressões culturais e religiosas de matriz africana trazem processos educativos que dizem respeito ao próprio exercício das apresentações no momento da festa e nos rituais religiosos. Esses processos se revelam na música, na dança, no toque dos instrumentos e nos gestos. São elementos impressos no corpo e expressos através da prática e da tradição oral”.
No século XX vamos encontrar os movimentos negros, os núcleos afro-brasileiros formados nas universidades brasileiras compostos em grande parte por acadêmicos negros. No ano 2000 foi criada a Associação Brasileira de Pesquisadoras e Pesquisadores Negros (ABPN), que realiza encontros bianuais.
Na relação África/Brasil vamos encontrar ainda referências no campo das artes e da estética como na literatura e nas artes visuais. São poetas, escritores e escritoras, que buscam construir um alicerce para a construção da identidade afro-brasileira autônoma. Na música além dos ritmos que emergiram em território nacional temos ainda o jazz, o soul, o reggae, o funk e o rap.
Para os autores “não existe Brasil sem a África e, portanto não existe identidade nacional sem a cultura afro-brasileira.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
RATTS, Alex. DAMASCENA, Adriane A. Participação africana na formação cultural brasileira. In: Educação africanidades Brasil. MEC – SECAD – UnB – CEAD – Faculdade de Educação. Brasília. 2006. p. 168 -183.
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