sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Homenagem a Zumbi dos Palmares

Kizomba, Festa da Raça

Valeu Zumbi
O grito forte dos Palmares
Que correu terras céus e mares
Influenciando a Abolição
Zumbi valeu
Hoje a Vila é Kizomba
É batuque, canto e dança
Jogo e Maracatu
Vem menininha pra dançar o Caxambu
Vem menininha pra dançar o Caxambu
Ô ô nega mina
Anastácia não se deixou escravizar
Ô ô Clementina
O pagode é o partido popular
Sarcedote ergue a taça
Convocando toda a massa
Nesse evento que com graça
Gente de todas as raças
Numa mesma emoção
Esta Kizomba é nossa constituição
Esta Kizomba é nossa constituição
Que magia
Reza ageum e Orixá
Tem a força da Cultura
Tem a arte e a bravura
E um bom jogo de cintura
Faz valer seus ideais
E a beleza pura dos seus rituais
Vem a Lua de Luanda
Para iluminar a rua
Nossa sede é nossa sede
De que o Apartheid se destrua
Vem a Lua de Luanda
Para iluminar a rua
Nossa sede é nossa sede
De que o Apartheid se destrua
Valeu
Valeu Zumbi

Composição: Rodolpho / Jonas / Luís Carlos da Vila

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Agenda da semana

O TEATRO GLÊNIO PERES
estará apresentando 2 filmes
na 27ª SEMANA DA CONSCIÊNCIA NEGRA

Nesta quarta-feira, dia 16 de novembro às 20hs,
filme 'O FILHO DE AXÉ' - de Aline Torres
ao final, debate com o Babalorixá Pedro de Oxum

Na sexta-feira, dia 18 de novembro às 20hs
filme: "A Tradição do Bará do Mercado"
ao final, debate com Mãe Norinha de Oxalá
haverá sorteio de Livros e DVD's do filme

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Zumbi dos Palmares e a resistência negra

Objetivos
Identificar a vida e a luta de Zumbi dos Palmares; entender a organização dos quilombos e a situação dos negros foragidos; analisar a importância da figura de Zumbi na luta pela liberdade e sua atual ressignificação, como símbolo da consciência negra e luta contra o racismo.


Conteúdos
Brasil colônia; Escravidão e luta pela liberdade; Dia da Consciência Negra

Anos
7º, 8º e 9º


Tempo estimado
Quatro aulas

Material Necessário:
- Mapa da África;

- Filme Amistad (EUA, 1997) dirigido por Steven Spielberg

-Manuscrito de planta do quilombo de São Gonçalo-RJ (disponível aqui);

-Planta do quilombo Buraco do Tatu-BA (disponível aqui );

- Constituição da República Federativa do Brasil (Art. 216, § 5º; Art. 68; Art. 5º, XLII) e a lei 10.639/2003.

Desenvolvimento

1ª Aula
Inicie a aula com uma exposição sobre a utilização do trabalho escravo no Brasil, as condições e a realização do tráfico negreiro, identificando as principais regiões da África de onde os escravos foram trazidos.

Destaque que os acordos feitos entre traficantes europeus e autoridades nativas africanas, garantiam a troca de produtos como aguardente, tabaco e armas por escravos. Através da utilização de um mapa, demonstre aos alunos as principais regiões fornecedoras de escravos, como Congo, Senegal, Angola e Moçambique, destacando a diversidade cultural entre as diversas comunidades e reinos nativos.

Essa diversidade pode ser exemplificada, por exemplo, através da diferenciação das culturas, jeje, banto e ioruba, que tiveram grande presença no Brasil. Nesta etapa, você poderá usar cenas do filme Amistad, do diretor Steven Spielberg, que trata do tráfico de escravos.



2ª Aula
Inicie a aula com uma apresentação sobre trabalho escravo no período colonial: Explique quais eram as atividades desenvolvidas pelos escravos; em que condições elas eram realizadas, como era a alimentação e a moradia dos escravizados; a violência a que eles estavam submetidos. Questione os alunos sobre como eles acreditam que os escravos reagiam perante a situação em que viviam.

A partir das respostas e dos elementos que os alunos apresentarem, demonstre que a reação sobre o cativeiro foi diversa, indo desde a aceitação e obediência para garantir um melhor tratamento, até ações mais violentas como ataques aos senhores e feitores, destruição de plantações, suicídios, assim como as fugas individuais ou coletivas.

Conte que, para conseguir sobreviver, os escravos fugidos escondiam-se geralmente em locais isolados, no meio das matas, posteriormente fortificados e cercados, denominados de quilombos. Exiba aos alunos imagens de "plantas" de quilombos. Duas imagens que estão disponíveis na internet: Quilombo Buraco do Tatu, em Itapuã-BA, do século 18 e do Quilombo de São Gonçalo, no Rio de Janeiro, do século 19.

As imagens servirão como ponto de partida para explicar o funcionamento das comunidades quilombolas, a organização, a existência de lideranças, assim como a produção de alimentos, criação de animais e a elaboração de ferramentas e objetos de cerâmica, por exemplo. Deve-se destacar que em alguns casos, eles faziam comércio com povoados que ficavam nas redondezas do quilombo, como foi o caso de Palmares.

3ª Aula
Nesta aula, apresente aos alunos a especificidade do Quilombo de Palmares, a sua existência durante quase todo o século 17, que chegou a ter, de acordo com informações oficiais da época, cerca de 20 mil habitantes. Acredita-se que este número tenha sido inflado, para justificar a necessidade de uma ação militar. Mesmo assim, Palmares resistiu a vários ataques e representou durante décadas um grande incômodo às autoridades portuguesas e aos senhores de engenho.

Fale sobre os líderes de Palmares. Destaque como primeiro líder em Palmares Ganga Zumba, que, pressionado pelos ataques que Palmares vinha sofrendo, tenta acertar um acordo de paz com as autoridades coloniais, gerando a insatisfação entre os palmarinos, que acabaram lhe assassinando e instituindo Zumbi como o novo líder.

Peça que os alunos se organizem em duplas. Solicite que busquem informações sobre Zumbi, sua história, sua luta e seu trágico fim. Disponibilize textos e livros para que eles realizem a pesquisa em sala, ou peça que visitem uma biblioteca para encontrar o material necessário. O professor pode também levar os alunos a uma sala de informática e orientar a pesquisa pela internet. Peça que os alunos elaborem um pequeno relatório sobre Zumbi.

4ª Aula
Como sequência da pesquisa iniciada na etapa anterior, questione os alunos sobre Zumbi. Inicie, com base nestas informações, um debate acerca deste personagem e a importância de sua luta pela liberdade. Nesse ponto, faça uma relação entre passado e presente, traçando um paralelo entre este personagem e sua relação direta, como símbolo dos movimentos sociais e da luta dos negros contra a discriminação e o preconceito na atualidade. Destaque para os alunos as comemorações do dia Nacional da Consciência Negra, 20 de novembro, data da morte de Zumbi.

Oriente os alunos que façam uma pesquisa sobre os artigos da Constituição Brasileira que tratam dos Quilombos e seus remanescentes (Art. 216, § 5º; Art. 68), sobre o racismo (Art. 5º, XLII) e a Lei 10.639/2003 que trata do ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e da inserção do dia 20 de novembro no calendário escolar.

Discuta o conteúdo das Leis com os alunos e peça que respondam de forma livre as seguintes questões: A luta de Zumbi e a resistência do quilombo dos Palmares têm algum significado para luta dos negros hoje em dia? O que as leis brasileiras nos dizem sobre a luta dos negros no passado e na atualidade?

Avaliação
Avalie o comprometimento dos alunos ao responderem os questionamentos e na elaboração das pesquisas e relatórios; avalie se os alunos compreenderam a resistência e luta travada pelos escravizados através dos quilombos e de personagens como Zumbi dos Palmares e o significado que esse passado de lutas assume para as lutas atuais do negro em nossa sociedade.

Revista Nova Escola

Meninas negras







sábado, 12 de novembro de 2011

historia do Brasil

PROCLAMAÇÃO DA REPUBLICA

15 DE NOVEMBRO DE 1889

Concidadãos!

O Povo, o Exército e a Armada Nacional, em perfeita comunhão de sentimentos com os nossos concidadãos residentes nas províncias, acabam de decretar a deposição da dinastia imperial e conseqüentemente a extinção do sistema monárquico representativo.

Como resultado imediato desta revolução nacional, de caráter essencialmente patriótico, acaba de ser instituído um Govêrno Provisório, cuja principal missão é garantir com a ordem pública a liberdade e o direito do cidadão.

Para comporem êste Govêrno, enquanto a Nação Soberana, pelos seus orgãos competentes, não proceder a escolha do Govêrno definitivo, foram nomeados pelo Chefe do Poder Executivo os cidadãos abaixo assinados.


Concidadãos!

O Govêrno Provisório, simples agente temporário da soberania nacional, é o Govêrno da paz, da fraternidade e da ordem.

No uso das atribuições e faculdades extraordinárias de que se acha investido, para a defesa da integridade da Pátria e da ordem pública, o Govêrno Provisório, por todos os meios ao seu alcance, promete e garante a todos os habitantes do Brasil, nacionais e estrangeiros, a segurança da vida e da propriedade, o respeito aos direitos individuais e políticos, salvas, quanto a êstes, as limitações exigidas pelo bem da Pátria e pela legítima defesa do Govêrno proclamada pelo Povo, pelo Exército e pela Armada Nacional.

Concidadãos!

As funções da justiça ordinária, bem como as funções da administração civil e militar, continuarão a ser exercidas pelos órgãos até aqui existentes, com relação às pessoas, respeitadas as vantagens e os direitos adquiridos por cada funcionário.

Fica, porém, abolida, desde já a vitaliciedade do Senado e bem assim o Conselho do Estado.

Fica dissolvida a Câmara dos Deputados.

Concidadãos!

O Govêrno Provisório reconhece e acata os compromissos nacionais contraídos durante o regime anterior, os tratados subsistentes com as potências estrangeira, a dívida pública externa e interna, contratos vigentes e mais obrigações legalmente estatuídas.

Marechal Manoel Deodoro da Fonseca, Chefe do Govêrno Provisório.


Aristides da Silveira Lôbo, Ministro do Interior.
Tenente-Coronel Benjamin Constant Botelho de Magalhães, Ministro da Guerra..
Chefe de Esquadra Eduardo Wandenkolk, Ministro da Marinha.
Quintino Bocaiúva, Ministro das Relações Exteriores e Interinamente da Agricultura, Comércio de Obras Públicas.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

"Poemas de Ingoma"

Lucas Carrasco*
1.
No tempo dos avós dos seus avós
tinha outras diversões pra meninada
Os negros que vieram dos escravos
criaram o Batuque de Umbigada
Um tambú, um quinjengue e uma matraca
repicam a quizomba no terreiro
O cantador de modas contra-ataca
e risca um verso à dor do batuqueiro
Tietê, Capivari, Piracicaba
Rio Claro, Itu, Campinas, Sorocaba
Por pouco esse Batuque não acaba...
Com fé em são Benedito, o pé no chão
Pra não perder o ritmo, a tradição
Batuca no repique o coração
2.
O rosário é o seguinte, viu, meu filho?
Senta junto da preta que eu te explico
Faz de conta que os dedos são o bico
da galinha ciscando atrás de milho
Junta um depois o outro e forma o trilho
do caminho pra reza a Benedito
3.
Seja bem-vindo à nossa brincadeira
A batucada aqui é bem modesta
O ritual começa na fogueira
O tambor é o senhor de toda a festa
4.
Os zóio do menino enxerga o fogo
Aprende dos segredos do tambor
Viaja pelo mar pra Angola e Congo
Na ponta da flecha de caçador
O povo se junta em volta da roda
Atiça a fogueira da tradição
Chega o menino e ouve tudo as moda
E canta e bate palma e treme o chão
Menino Dito chama para a luta
O povo se levanta pra dançá
São Benedito benze essa disputa
E o Batuque renasce no congá ___________________________________________
(*) Lucas Carrasco trabalha com projetos editoriais. Como autor, ganhou em 2006 o prêmio PAC,
da Sec. de Estado Cultura SP, com o livro infantil "Pindá, a Menina-Abelha - Realejos do Mar",
sobre cultura caiçara. Como editor, participou do songbook "PretoBrás", livro de partituras do
músico Itamar Assumpção, premiado pela APCA em 2007.

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