segunda-feira, 1 de março de 2010
RELIGIÃO TRADICIONAL AFRICANA E A SOCIEDADE
Escrito por Ifatola
“Exclusão definitivamente da visão de uma inferioridade espiritual assumida de povos africanos por uma reavaliação de uma tradição dinâmica viva”.
Durante séculos, as religiões tradicionais africanas foram submetidas à mesma informação falsa, subavaliação e estigmatização básicas que foram reservadas e continuam sendo reservadas para as sociedades, culturas da África em geral. Esta estigmatização implica em um processo estruturado que ocorre a vários níveis.
Os primeiros e o mais evidentes desses níveis implicam a espécie de representações comuns da África, que são baseadas no assim, chamado sentido comum' de países ocidentais, isto é, aqueles conteúdos cognitivos que são provocados a falar, 'automaticamente', cada vez que uma pessoa é citada a falar, ou uma pergunta dada é feita.
Nesse caso, dizendo da África, uma imagem de um país belo e exótico com a sua natureza e paisagens não manchadas mas 'inevitavelmente' sofrendo com catástrofes naturais e humanas: as inundações, a fome, as guerras, os golpes, etc. que Africanos não seriam capazes de dominar, são facilmente evocadas.
Esta representação que era repetidamente dirigida às Sociedades Africanas e que será tomado em cima novamente na seguinte questão tem origens remotas e é constantemente reforçada e assim para falar, atualizada pela convergência dos mecanismos específicos aos meios de comunicação de massa e a falta do profissionalismo de muitos operadores de meios de comunicação que estão sempre na expectativa de estereótipos fáceis e convenientes bem como por estratégias geopolíticas a um nível transnacional, e pela conduta diária de professores, políticos, pesquisadores, conferencistas de universidade, ensaístas, pessoas religiosas, agências turísticas e até de vez em quando ONG de solidariedade e muitos outros atores que muitas vezes involuntariamente contribuíram para promoção de uma imagem da África como um país perpetuamente na preocupação e incapaz de dar-se sem ajuda externa.
A representação da África como um país destituído da sua própria dimensão espiritual profunda ou de uma religião digna do seu nome vai concluir, e até certo ponto justificar, este quadro feito de generalizações infundadas e alterado ou omitiu a informação; um quadro que descreve um continente cujos habitantes e as comunidades - pela maior parte considerada ser rural seria entrelaçado em um entrançado inextricável de ritos ancestrais muitas vezes cruéis e sangrentos, superstição, crenças absurdas e infantis e medos atávicos que bloqueiam as suas capacidades pessoais, iniciativa e possibilidades de desenvolvimento.
Outro nível a qual ocorre uma verdadeira estigmatização na África, especialmente quanto à sua tradição espiritual, é aquela da pesquisa científica, especificamente com referência a ciências humanas e sociais. A história da pesquisa em povos africanos como Brasil Davidson, entre outros, manifestou-se é de fato predominante com incompreensão, erros teóricos e metodológicos, e interpretações conseguidas e inertes que mpreenderam formas diferentes.
Um de esses é o Evolucionismo, que define religiões tradicionais africanas como a etapa "mais primitiva"da evolução espiritual dos povos, apresentando práticas que ele denomina ironicamente como "animista”, "'fetichista", "pagã", "totêmica", "idolátrica", etc. Isto sem considerar até a asneira clamorosa pelo qual os Africanos foram considerados durante séculos serem politeístas, enquanto na realidade se considera que os espíritos ou outras entidades às quais as suas religiões se referem atuam como intermediários entre um Deus supremo.
Tal aproximação interpretativa implica numa visão mono disciplinar, neste caso o exclusivo, e, além disso, muitas vezes puramente descritivo, o uso de etnologia e antropologia cultural. Isto resultou em fenômenos religiosos africanos, muitas vezes sidos trancados atrás de uma espécie de jaula de interpretação e examinados como se eles existissem em um vazio histórico ou, na melhor das hipóteses, como sinal da espiritualidade que, embora "autêntico", se limita a sobreviver cansadamente no mundo de hoje.
Além do mais, sempre houve uma tendência comum de interpretar e avaliar religiões tradicionais africanas que começam “de um local” específico, ou de práticas, que então são generalizadas sem uma razão válida. Este é o caso com certos ritos mágicos que, incidentemente, muitas das tais religiões são opostas as de figuras como os dos fetiches. Algo que ninguém sonharia da realização com outras religiões; ninguém, por exemplo, definiria a essência da cristandade pelas práticas devotas excessivas, em direção a um dado santo encontrado em áreas rurais ou sem embargo, isto é o que aconteceu, e continua acontecendo, quanto a religiões tradicionais africanas.
Por isso, a pergunta tem de ser feita quanto a se não devemos restabelecer alguns critérios de interpretação básicos, definidos e compartilhados de religiões tradicionais africanas, para se recuperar, portanto falar, de sua “dignidade moral”. O processo da reinterpretação de religiões tradicionais africanas começou como reclamações de Ejizu, há aproximadamente sessenta anos embora infelizmente demasiadas tarde para inverter o processo enraizado de estigmatização, tenhamos mencionado quando os primeiros trabalhos de uma geração de escritores africanos e eruditos, como Danquah, seguido por Boulaga, Ela, Mbiti e outros.
É com bons olhos que se vê a abundância de estudos de Web sites atualmente, dedicado aos estudos das religiões Tradicionais Africanas.
Neste sentido, uma fenomenologia inteira existe, pela maior parte encontrada em ambientes urbanos, por uma até maior consciência cultural e por uma busca de uma verdadeira identidade culto religiosa e também de alguma forma, por"restaurar" não somente a moral, mas também a dignidade interpretativa das religiões Tradicionais Africanas.
Texto traduzido e adptado por Ifatolà
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Um comentário:
Muito importante seu olhar crítico, mas fiquei curioso em saber seu seu ponto de vista, isto é, um estudo do que é realmente a religião dos africanos.
Sou professor de ERE da cidade de Nova Prata, RS.
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